terça-feira, 28 de junho de 2011

BIC-JR: CRONOGRAMA DE ENTREVISTAS

Aos inscritos no BIC-JR de História “Holocausto: um passado presente”

No  momento da entrevista, o aluno deve apresentar seu histórico escolar impresso à banca ou seu boletim (no caso dos alunos do primeiro ano). Apresente-se ao local da entrevista com 20 minutos de antecedência.

LOCAL: SALA 8

DIA E HORÁRIO DAS ENTREVISTAS

Dia 04/07/2011
12:00hs - Ana Carolina de Souza Souto (QUIM 2)
12:15hs - Bruna Fernandes Barbosa (QUIM 2)
12:30hs - Daniel Souza Oliveira (INF 3)
12:45hs - Fernanda Richardelli de Castro Santos (QUIM 2)
13:00hs - Gabriela Martins Carvalho (QUIM 1)
13:15hs - Henrique Stopa Caldas Filipe (EDI 2)
13:30hs - Igor Oliveira Guimarães (INF 1)
13:45hs - Isabela de Freitas Nunes (EDI 2)
14:00hs - Isabella Dutra Ribeiro (QUIM 1)
14:15hs - Jéssica Henriques Miranda Taranto (QUIM 1)
14:30hs - Letícia Cristina Monteiro de Almeida (QUIM 1)
14:45hs - Lucas Fonseca Costa (QUIM 1)
15:00hs - Luísa Marques Soares (QUIM 1)

Dia 05/07/2011
12:00hs - Maria Clara Barros Mota (QUIM 1)
12:15hs - Mariana Moreira Neves (EDI 3)
12:30hs - Mariane Mirian Soares (QUIM 2)
12:45hs - Matheus Castro Oliveira (QUIM 2)
13:00hs - Matheus Francióle Madureira (QUIM 1)
13:15hs - Nickson Costa Ribeiro (QUIM 1)
13:30hs - Pedro Ivo Maia Santiago Mendes (INF 1)
13:45hs - Pedro Victor Ferreira Neves (EDI 1 )
14:00hs - Robison Davi Sousa Duarte (EDI 1)
14:15hs - Sarah Vila Nova Aranda (QUIM 1)
14:30hs - Wellington Araújo Soares Júnior (EDI 3)
14:45hs - Wesley Barbosa de Menezes (INF 1)
15:00hs - Iully Dutra Ribeiro (QUIM 2)

NÚMERO DE BOLSAS: 2


Avisos:

1. Cada aluno só poderia se inscrever em DOIS projetos de BIC-JR, caso algum de vocês tenha ultrapassado este limite, previsto no Edital nº35/11, por favor, retire a(s) inscrição (s) excedente (s), sob pena de desclassificação. No caso de desistência da inscrição neste projeto, avise até o dia 01/07, por e-mail.
2. Sobre a abertura da conta bancária, segue abaixo a transcrição do que consta no Edital nº 35/11, página 13: "Os alunos selecionados pelos orientadores, na etapa de entrevistas, deverão abrir conta bancária para o recebimento das bolsas. A conta deve estar ÚNICA E EXCLUSIVAMENTE em nome do bolsista. Contas de poupança são aceitas apenas se abertas na CEF. Cópia de documento emitido pelo banco, com dados da conta, deve ser enviada para o DPPG ou entregue um representante da comissão coordenadora local, até a data limite estabelecida no item Cronograma [05/08]". Grifos presentes no próprio edital.

Orientadora: Profa. Isis Pimentel de Castro (isispimentel@yahoo.com.br)
Co-orientador: Prof. Giorgio Lacerda (giorgiolacerda_ufop@yahoo.com.br)

domingo, 19 de junho de 2011

Anarriê!

A Festa Junina foi ótima!

Impossível não parabenizar o Prof. Aurélio Kubo e a comissão organizadora da festa.



 














 
Não vejo a hora de chegar o próximo arraiá...


sexta-feira, 10 de junho de 2011

Dossiê "Sinal Fechado" III - Considerações finais



“Acorda Amor”
A vida e a morte de Julinho da Adelaide

Chico Buarque criou Julinho da Adelaide, imaginando o excesso de trabalho dos censores obrigados a analisar uma quantidade brutal de músicas (1). Além do nome “ingênuo”, deu-lhe um passado e uma personalidade, enfim... Deu-lhe vida, embora efêmera. Julinho da Adelaide viveu até 1975, ano em que o cantor admitiu publicamente tratar-se de uma fraude, em reportagem ao Jornal do Brasil. Com a ironia e o bom humor que lhe são peculiares, moldou seu alter-ego, inventou alguém com o qual o Regime Militar não precisava se preocupar. Um compositor fictício que chegou a fazer declarações gentis ao ofício de censor. Observando, inclusive, afinidades entre o “seu” trabalho e o dele. Veja a declaração de Chico Buarque, ou melhor, Julinho da Adelaide ao Jornal Última Hora:

Então, em relação à Censura, eu tenho esta posição: eu acho bobagem as pessoas falarem que a Censura prejudica, quando eu acho que o negócio de fazer samba, tem que se fazer muito samba. Eu faço muito samba, entende? Faço vários por dia, mesmo. O sujeito que trabalha lá, o trabalho dele é censurar música. Eu respeito muito o trabalho do cara. Quando termina o dia, perguntam: quantas músicas você censurou hoje? O meu trabalho é fazer música. Quantos sambas você fez hoje? Oito, nove. O dia que eu faço dez eu vou dormir em paz com a minha consciência. Cada um no seu ramo. (2)

Durante a única entrevista dada por Julinho da Adelaide, parece-nos que foi preocupação do criador realçar certos aspectos da personalidade de sua criatura, tornando-o o mais inofensivo possível. Carioca, nascido e criado na favela da Rocinha, Julinho da Adelaide incorporaria todas as características de um malandro clássico. Seu passado poderia ter sido matéria de inspiração para muitas crônicas policiais. Contador de vantagens, bem relacionado ou assim se dizendo, enumerava seus ilustres contatos, seja com a nata sociedade ou com os órgãos policiais. Mantinha-se misterioso sobre sua vida pregressa e finanças. Dispensava a leitura de jornais e revistas, só tratava de assuntos que lhe fossem recomendados por seu assessor (seu, também fictício, irmão e parceiro musical). Possuía um vocabulário recheado de palavras de efeito, muitas das quais não sabia o significado. Interessava-se muito pouco pela Ditadura Militar e na censura por ela propagada. Na verdade, Julinho da Adelaide mostrou totalmente avesso a qualquer engajamento político. E foi através desse personagem tão inofensivo ao governo que Chico Buarque conseguiu passar suas canções pelo DCDP sem o menor problema. A entrevista que no início parecia tratar-se mais de uma brincadeira, tornou-se mais uma ferramenta na aprovação das músicas, tanto que três foram gravadas sob esse pseudônimo: Milagre Brasileiro, Jorge Maravilha e Acorda Amor.


As três músicas tocavam em assuntos delicados. A primeira fazia uma crítica ao pretenso “milagre econômico” propagado pelo governo de Médici: “É o milagre brasileiro / Quanto mais trabalho/Menos vejo dinheiro”. A outra, de acordo com a “lenda urbana” (pois não há confirmação do artista sobre isso), também se refere ao presidente Médici, fazia menção a uma declaração da filha do militar na qual se dizia fã de Chico Buarque: “Você não gosta de mim / Mas sua filha gosta”. A terceira canção será objeto de maior atenção nesse texto.
A maioria das músicas de Chico Buarque, além do lirismo e da poesia possui uma clara crítica social. Sempre valorizando a narrativa, aflora sentimentos através de pequenas histórias ou cenas do cotidiano, como podemos observar em Acorda Amor. Ela fala de um homem que acaba de ter um pesadelo. Assustado, acorda sua esposa para contá-lo. Em seguida, o sonho parece tornar-se real e ele novamente a acorda, porém desta vez para auxiliá-lo a procurar ajuda.
A canção aborda o sentimento de insegurança que assolava inúmeros intelectuais, políticos e artistas nos anos 70. Muitas vezes, tal sentimento deixava de ser uma simples aflição para tornar-se uma situação concreta: “Acorda amor / Não é mais pesadelo nada / Tem gente já no vão de escada / Fazendo confusão, que aflição”. O pior pesadelo podia tornar-se real: a casa invadida, a prisão, o exílio, a tortura e até mesmo a morte. “Se eu demorar uns meses convém, às vezes, você sofrer / Mas depois de um ano eu não vindo / Ponha a roupa de domingo e pode me esquecer”.
No caso do governo ameaçar a vida e a liberdade do cidadão, a quem se recorre? Essa é a grande ironia colocada por Chico Buarque em Acorda Amor. Quando os órgãos oficiais imbuídos da tarefa de proteger passam a atuar como os agressores, os papéis se invertem. “Era a dura, numa muito escura viatura / Minha nossa santa criatura / Chame, chame, chame lá / Chame, chame o ladrão, chame o ladrão”.  Em caso de perigo, chama-se o ladrão!
A perseguição política gerava medo, insegurança, prisão, tortura física e/ou psicológica, e, muitas vezes culminava com o pior tipo de silêncio: a morte. “Mas depois de um ano eu não vindo / Ponha a roupa de domingo e pode me esquecer”. O compositor terminava sua canção de modo leve, incentivando a resistência e a luta política, mesmo ao tratar de temas tão delicados. Preso, perseguido ou exilado era necessário continuar a protestar: “Não esqueça a escova, o sabonete e o violãoO violão era o instrumento de protesto, indispensável como qualquer objeto básico de higiene. Ele representava a caneta, o pincel e a voz. Representava a necessidade de continuar a luta pela liberdade.



Ao lançar o álbum “Sinal Fechado”, Chico Buarque protestou contra o silêncio a que estava sendo submetido. Escolheu canções comprometidas com a crítica à realidade brasileira, como, por exemplo, “Festa Imodesta” de Caetano Veloso. Sua única composição em todo o disco é “Acorda Amor”, que fala da insegurança e do medo instaurado no período do regime militar. Para conseguir gravá-la, recorre à utilização do pseudônimo Julinho da Adelaide. Com o fim da mentira, o DCDP passou a exigir a carteira de identidade dos compositores.

Mesmo com todas as medidas tomadas com o intuito de vetar todo e qualquer tipo de produção engajada politicamente, os protestos só fizeram aumentar. Em junho de 1968, foi realizada no centro do Rio de Janeiro a Passeata dos Cem Mil, que uniu em uma só voz diversos segmentos da população cansados da repressão do regime militar.

Avenida Rio Branco tomada durante
 a Passeata dos Cem Mil.


Se Acorda Amor trata de um personagem que foge assustado da perseguição política, retrato do medo e do terror. No fim dos anos 70, João Bosco e Aldir Blanc compõem O Bêbado e o Equilibrista, um verdadeiro hino da esperança. Um hino da anistia, cantado na voz da Elis Regina. Esta canção expressa a expectativa da abertura política, e, consequentemente, o retorno dos exilados. “Meu Brasil, que sonha com a volta do irmão do Henfil / com tanta gente que partiu num rabo de foguete”.



 Referência bibliográfica:

BAHIANA, Ana Maria. Nada será como antes. A MPB nos anos 70. Rio de Janeiro, Civilização Brasileira, 1980.

CARVALHO, Gilberto de. Chico Buarque: análise poético-musical. Rio de Janeiro, Codecri, 1982.

NAPOLITANO, Marcos. História & Música. História cultural da música popular. (Coleção História & Reflexões). Belo Horizonte, Autêntica, 2002.

SANTA’ANNA, Afonso Romano de. Chico Buarque: a música contra o silêncio. In.: Música Popular e Moderna Poesia Brasileira. Petrópolis, Vozes, 1978.

TABORDA, Felipe (org.). A Imagem do Som de Chico Buarque. São Paulo, Editora Francisco Alves, 1999.



(1) Sobre estes e outros assuntos, ver entrevista com o ex-censor Carlos Lúcio Menezes, que trabalhou na acessoria de imprensa dos governos Médici e Geisel. Disponível em: www.chicobuarque.com.br
(2) Jornal Ultima Hora, 07 e 08/09/74.

O filme “Silêncio 63” sobre o massacre de Ipatinga participa do Festival de Cannes


A aluna Amanda Lana (EDI 3) indicou esta reportagem sobre o filme Silêncio 63, publicada no jornal Diário do Aço. Confira a matéria na sequência:


     O “não-dito” sobre o Massacre de Ipatinga


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Fábio: “O massacre é um tabu, assim
como outras memórias desse período,
desse lapso de governo militar, e isso
é inegável”
IPATINGA – O Massacre de Ipatinga já foi tratado de várias formas. Apesar disso, o tema ainda é considerado tabu e muitos se calam diante das perguntas sobre o que de fato aconteceu em 7 de outubro de 1963. Foi por isso que o cineasta ipatinguense Fábio Nascimento, que mora na França, resolveu gravar o filme “Silêncio 63”. A produção foi finalizada em março deste ano e exibida pela primeira vez no Festival de Cannes, encerrado no último dia 22.
O filme integrou uma mostra de curtas intitulada Short Film Corner, onde não há competição. No filme, o silêncio, depoimentos e a narrativa pessoal de Fábio Nascimento transmitem em 23 minutos o peso que o assunto tem até os dias de hoje. Aos 14 anos de idade, Fábio se deparou com a foto histórica de um soldado armado no dia da tragédia e assim começaram as perguntas sobre o assunto.
Foi aí que Fábio se deparou com o silêncio ao indagar a família e demais pessoas sobre o fato. Fábio Nascimento foi para Juiz de Fora em 2003 para estudar Comunicação Social na Universidade Federal de Juiz de Fora. Dois anos depois ele decidiu abandonar a carreira de jornalista para recomeçar seus estudos em Paris, onde vive até hoje. Graduou-se em Cinema pela Université de Paris 3 – Sorbonne Nouvelle e, na sequência, ingressou no mestrado de Cinema Documentário da Université de Paris 8 – Vincennes Saint-Denis, para o qual “Silêncio 63” foi o projeto final apresentado. Em entrevista ao DIÁRIO DO AÇO, por email, Fábio Nascimento falou sobre o filme.
DIÁRIO DO AÇO – Qual significado de participar do Festival de Cannes com o filme?
FÁBIO NASCIMENTO - Participar de Cannes como primeiro festival é muito enriquecedor, mesmo que o filme esteja numa mostra não competitiva. É um dos maiores festivais do mundo em termos de mercado cinematográfico, onde a network pode acontecer a qualquer momento. Sem dúvidas é um festival útil pra desencadear outros festivais pro filme, e fazer novos encontros que possam se tornar co-produções no futuro. Depois de Cannes o filme deve seguir os festivais da Europa que o selecionarem, como na Suíça e na Croácia, assim como os primeiros no Brasil. Estes ainda não divulgaram suas listas, mas esperamos passar em São Paulo e Belo Horizonte em breve.
DA – Como o filme foi recebido pelo público em Cannes?
FÁBIO NASCIMENTO - Participar de um mega evento como Cannes é como correr uma maratona; o melhor é ter chegado ao fim tendo aproveitado todas as oportunidades que aquilo te ofereceu. Tive a sorte de conhecer pessoas ótimas do mercado de cinema, curadores de festivais importantes que se interessaram pelo filme. Gosto de conversar com as pessoas que assistem a este filme; muita gente é tocada, se sente parte daquilo. É um filme muito pessoal, apesar de todo o fundo histórico e social, e isso ou toca ou não toca. Eu gosto de ver como cada pessoa reage de uma forma diferente.
DA – Você tem planos para trazer o documentário para Ipatinga?
FÁBIO NASCIMENTO - Sim, queremos muito organizar um evento pra projetar o filme em Ipatinga, afinal de contas isso é o mínimo que fazemos, devolvendo a histórias aos seus personagens, ao seu cenário. Porém ainda não temos nada marcado; estamos contando com o apoio de pessoas que vivem aí que já começam a nos propor a organização de uma exibição. Mostrar o filme aí é muito diferente do que em qualquer outro lugar, naturalmente. Não é só uma história e um filme, mas também pessoas, locais, memórias. Exibir o "Silêncio 63" em Ipatinga é levar o filho de volta a casa.
DA - Como foi feito o trabalho de pesquisa e filmagem?
FÁBIO NASCIMENTO - Eu comecei a pensar nesse projeto por volta de 2005, quando participei da equipe do documentário "Conquista", dirigido por Felipe Hutter e Flávia Vilela, sobre o mais antigo grupo do MST, na fronteira com a Argentina. Nessa época eu tinha apenas a vontade de contar essa história. Anos mais tarde, em 2008, esse projeto foi aceito na Universidade Paris VIII. Filmamos super rápido. Em 8 dias tínhamos todo o material filmado.
DA – O silêncio despertou curiosidade em você sobre o assunto. Por que abordar o tema por essa ótica?
FÁBIO NASCIMENTO - O massacre é um tabu, assim como outras memórias desse período, desse lapso de governo militar, e isso é inegável. É ainda mais tabu quando se trata de estabelecer laços entre este evento e o golpe de Estado que aconteceu meses depois. Estamos produzindo mais e mais filmes nos últimos anos, mas falta tocar essa memória, saldar esse passado. O massacre é cheio de controvérsias como todas essas histórias “não-ditas”. Acredito que seja uma questão de abertura e de interesse em tratar do passado. De toda forma, não é possível apagar uma memória desagradável, podemos apensas nos lembrar de forma menos dolorosa. A história do massacre não é tão difícil de descobrir depois que se ouve falar uma primeira vez; é um tabu, mas como todo tabu, a história tá aí, aos olhos de todo mundo. Porém, pra contar a história, tudo muda quando ela é um tabu. Como filmar uma história que já aconteceu e que as pessoas são apreensivas de falar sobre? Foi aí que resolvi transformar a dificuldade de realização em ferramenta pra contar a história. Se é difícil fazer as pessoas falarem, então faço um filme sobre a dificuldade de se chegar nesse assunto, sobre o “não-dito”.

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Seu Juca é o personagem que mais marcou o diretor do curta
DA – O que mais te marcou durante as gravações?
FÁBIO NASCIMENTO - Eu passei um ano escrevendo este curta; tinha uma estrutura precisa em mente, e tive a sorte de conseguir realizar tudo o que tinha pensado, mesmo não se tratando de uma ficção, e ter que contar com a colaboração de pessoas e situações. Apesar disso me deparei com duas situações que não estavam de fato previstas. Uma delas foi ter encontrado por acaso, durante um dos 8 dias de filmagens, com alguém que, mesmo não tendo vivido o massacre, sabia fazer a ligação temporal que eu buscava, 1963 e 1985; o massacre e o começo da ditadura, e com o fim da mesma e o meu nascimento. Tive o prazer de ter encontrado e filmado o José Elias dos Santos, o seu Juca, homem de uma força incrível e uma expressão muito emocionante. A única pessoa que realmente viveu o massacre que participa do filme. É quase sempre ele quem mais emociona as pessoas no filme.


Reportagem do jornal Diário do Aço, dia 25/05/2011.


Vamos aguardar a exibição do filme por aqui!

quinta-feira, 9 de junho de 2011

Um conto sobre plágio

Após uma conversa virtual entre amigos sobre as diferenças entre plágio e inspiração, minha querida amiga Sâmia indicou um vídeo genial. Lembrei de vocês e de nossos embates durante o primeiro bimestre exatamente sobre este tema.

Assistam. É muito legal!



quarta-feira, 8 de junho de 2011

Com todo o meu carinho para meus queridos alunos...

... atleticanos, gremistas, são paulinos, corinthianos e flamenguistas:

VASCO DA GAMA CAMPEÃO DA COPA BRASIL!

QUE VENHA A LIBERTADORES....


O Führer carioca

De todas as versões que vi até agora dessa cena no youtube, sem dúvida esta é a melhor!



Informe: Grêmio Estudantil

Amanhã acontecerá no auditório uma palestra sobre a definição, os estatutos e a organização das eleições para o Grêmio Estudantil, organizada pela Mônica. 

Compareçam e mobilizem-se!

Dia: 09/06
Horário: 12:20hs
Local: Auditório do CEFET-MG, Campus VII.

E POR FALAR NO AI-5...

É simplesmente lamentável a manipulação da imprensa. A "grande" mídia insiste em menosprezar a crescente mobilização em apoio aos bombeiros do Rio (Veja aqui). No Jornal Nacional apareceram algumas imagens da Cinelândia, provavelmente gravadas pela manhã. Na reportagem afirmava-se que o protesto restringia-se aos bombeiros e "alguns" simpatizantes. Bom, veja o vídeo abaixo e me diga se é possível que o Corpo de Bombeiros tenha um efetivo dessa expressividade, sem que a população tenha se sensibilizado pelo desrespeito com que esses homens foram tratados? 




Retaliação à ocupação dos bombeiros no Quartel Central da Corporação


Retaliação ao protesto dos bombeiros por melhores salários,
vale-transporte e condições de trabalho adequadas. 

 Os professores da rede estadual do Rio de Janeiro aderiram ao protesto, entendendo que a insatisfação com o desrespeito dispensado pelo governo do Estado com seus servidores não é exclusividade do Corpo de Bombeiros. Os docentes do estado ganham por volta de R$ 700 e não encontram disposição do governador Sérgio Cabral em negociar e atender as reivindicações da categoria. Portanto, os professores entraram em greve por tempo indeterminado e uniram-se as centenas de manifestantes no centro da cidade.

Embora pertença a rede federal de ensino, sou solidaria à causa dos meus colegas de trabalho. Segue abaixo, alguns versinhos enviados por amigo que é professor da rede estadual carioca, duvido que em Minas a coisa seja diferente. É fácil reclamar da má formação de nossos professores estaduais e da sua falta de entusiamo em sala de aula, mas ponha-se no lugar deles um minuto antes de voltar a depreciar esta profissão. Eu amo o meu ofício e tenho muito orgulho dele, mas toda vez que um amigo (a) que leciona nas escolas municipais e estaduais do nosso Brasil demonstra o mesmo profissionalismo e afeto pela profissão fico emocionada e, por vezes, constrangida. 


Eu devia estar contente
Porque fiz graduação, pós, Mestrado e Doutorado
E tenho um emprego
Sou um dito cidadão respeitável
E ganho 700 reais por mês


Eu devia estar alegre e satisfeito
Por receber auxílio transporte
Pela incorporação do Nova Escola
Parcelado em não sei quantas vezes


Ah! Eu devia estar sorrindo e orgulhoso
Por ser um Educador
Mas eu acho isso uma grande piada
E um tanto quanto perigosa

Eu devia estar contente
Por ter conseguido passar num concurso público
Mas confesso abestalhado
Que eu estou decepcionado


Eu devia estar feliz pela SEEDUC
Ter me concedido o sábado
Pra ir ao colégio
Me informar sobre a GIDE


Ah! Mas que sujeito chato sou eu
Que não acha nada engraçado
GIDE, Plano de Metas, Meritocracia,
Concurso interno,avaliações externas
Eu acho tudo isso um saco


É você olhar no espelho
Se sentir um monitor
Saber que é Professor
Que só pode usar
O Currículo Mínimo oficial


E você ainda acredita que é um Gestor, Adjunto,
OGT, Coordenador Regional
Que está contribuindo com sua parte
Para melhorar o nosso belo quadro educacional


Eu que não me sento
Dentro da sala de aula
Com a boca escancarada cheia de dentes
Esperando o bônus chegar


Porque longe das promessas feitas na eleição
Esconde-se um governo
Que não tem um projeto sério
De Educação.

No fim das contas, quem precisa de bombeiros e professores, não é mesmo? Por que tratá-los com respeito? É isso aí, Sérgio Cabral ... Chame o BOPE novamente e institua o Ato Institucional nº 5 no Estado do Rio de Janeiro. Falta pouco para o senhor suspender de vez todas as liberdades democráticas, como direiro de greve e de livre manifestação.

Dossiê "Sinal Fechado" II

 

“Sinal Fechado”

Perseguição política e resistência poética.



Em 1980, a peça Calabar, um elogio à
traição foi liberada depois de ficar seis
anos proibida pelo Conselho Nacional
 de Censura.
             Em tempos de acirrada censura, os artistas utilizavam-se de inúmeros subterfúgios para romper o silêncio, o mais comum era o uso e o abuso de metáforas ou alegorias como ferramentas na composição de suas canções. Mesmo assim, na maioria das vezes bastava ser um “velho conhecido” da Divisão de Censura e Diversões Públicas (DCDP) para ter seu trabalho vetado, como Geraldo Vandré, Sidney Miller e Sirlan. Esta era também a situação de Chico Buarque, que no ano de 1973 teve sua peça Calabar censurada e consequentemente as músicas do álbum que levaria o mesmo nome, lançando no seu lugar o LP Chico Canta.” Após esse episódio, percebeu que ficaria cada vez mais difícil gravar alguma música de sua autoria.
            Optou, no ano seguinte, por lançar o álbum “Sinal Fechado”, com músicas de outros compositores, com exceção de “Acorda Amor.” Essa atitude não significou que tivesse sucumbido à censura, ao contrário, tornou-se mais uma forma de demonstrar sua insatisfação como artista e cidadão brasileiro. Desde a capa até as músicas escolhidas, o álbum exalava indignação. Mesmo impedido de compor, Chico Buarque criou novas formas burlar a repressão e protestar. Uma das mais criativas foi a invenção do pseudônimo Julinho da Adelaide, para passar suas músicas pelos censores, em outros posts falaremos desse episódio.
Capa do albúm "Chico Canta"

O título escolhido para o álbum  já era um forte indício das intenções do artista, como muitos outros, comprometido com a denúncia à repressão. Outras faixas permitem entrever seu protesto, como Festa Imodesta” ou “Me Deixe Mudo”. De autoria de Caetano Veloso, a primeira composição prestava homenagem ao malandro e/ou ao compositor que através do bom humor, fala em um momento que se exige do brasileiro o “discurso sem voz”: “Vamos homenagear/Todo aquele que nos empresta sua testa/Construindo coisas pra se cantar” , ou ainda, “Viva aquele que se presta a esta ocupação/Salve o compositor popular”. De Walter Franco, a segunda música faz referência clara à censura, que podava o diálogo do artista com o mundo, silenciando-o. A  própria capa do álbum traz consigo uma força, uma garra. Um grito de resistência entoado através do ato (político) de cantar. Por esse conjunto de elementos, “Sinal Fechado” tornou-se um marco na luta contra o Regime Militar.

Capa do albúm "Sinal Fechado" (1974).

segunda-feira, 6 de junho de 2011

Dossiê "Sinal Fechado" I




"Me Deixe Mudo"
A censura e a Música Popular Brasileira nos anos 70.
  
Em 1964, instaurou-se no Brasil a ditadura militar, que gerou uma série de ações arbitrárias de efeitos profundos e duradouros. Quatro anos depois, o General Costa e Silva assinava o Ato Institucional n° 5 que acirrava a repressão do regime militar brasileiro, tornando-se marco do momento mais severo da ditadura. O AI-5 deu poder aos governantes para punir os inimigos do regime ou como tal considerados. Antes disso, o governo já possuía um instrumento oficial para liberar (ou não) as músicas que poderiam ser executadas ou gravadas por meio da Divisão de Censura e Diversões Públicas (DCDP). Esta prática acabou provocando uma ruptura abrupta das experiências musicais que estavam sendo produzidas durante toda a década de 60, da Bossa Nova ao Tropicalismo.
O tumultuado cenário brasileiro tornou-se campo fértil para o surgimento de uma “frente ampla musical”, reunida pela ânsia de protestar contra violência e a intolerância política da ditadura, a grosso modo contrapondo-se à Bossa Nova - mais empenhada em trabalhar os elementos melódicos e rítmicos da canção do que propriamente letras rebuscadas. Esta nova vertente empenhou-se em produzir músicas bem mais agressivas, de denúncia e de protesto. A temática não era mais “o amor, o sorriso e a flor”, mas a tortura, o medo e a censura. Fez-se da arte um manifesto por liberdade e justiça social. Segundo Napolitano (2002:70), “não havia mais lugar para experimentalismos e nem para o surgimento de novos gêneros e estilos, ao menos a partir de 1972.” (1)
Essa nova realidade permitiu que as tensões internas dentro da música brasileira fossem serenadas, incorporando no seu seio artistas antes considerados “rivais”. Foi o caso dos tropicalistas, Caetano Veloso e Gilberto Gil, até então rotulados pela esquerda de alienados foram inseridos no movimento. Iniciava-se um processo de “institucionalização” da MPB. O A1-5 exerceu um papel dúbio nesse trajeto: fez emergir um espaço de debate político em tempos de forte coerção; por outro lado, atravancou seu desenvolvimento. O exílio de artistas de renome impediu a rápida consolidação do “produto” MPB e a censura dificultava o atendimento à demanda por canções engajadas politicamente. A produção e a divulgação das obras foram dificultadas no mercado brasileiro.
A ação castradora da censura tornava-se cada vez mais implacável, marcando profundamente a produção cultural dessa geração de artistas e intelectuais, problema que só foi sanado após 1978. Em entrevista a Revista Veja, no ano de 1976, Chico fez a seguinte declaração:
Chico Buarque e Toquinho nos tempos de exílio
na  Itália ,  durante  o regime militar,  quando a
dupla  compôs o  Samba  de  Orly:  'Não   diga
nada,   que me viu   chorando, e pros da  pesada
diz que eu tô voltando...'
A censura tem de acabar e não voltar nunca mais. Ela mutila todas as características de uma época. Esses meninos que estão começando a fazer música agora. Já imaginou? Se nas primeiras tentativas, como tem havido tantas — e tantas que ninguém nem sabe — tudo já vem proibido, isso produz a monstruosidade da autocensura, fatal a qualquer tipo de atividade criadora. Há uma geração que nasceu dentro da censura, para a qual o certificado de liberação é tão normal e necessário quanto a carteira de identidade. Para mim, para uma geração que se criou quase que sem censura, é chocante ter de mandar textos, às vezes muito íntimos — toda criação requer uma entrega muito particular — , para um funcionário examinar, dizer se pode ser divulgado ou não. Com o garoto que surge agora não é assim. Por isso que tem tanta gente compondo em inglês, pois é mais fácil de passar. ‘Da próxima vez vou procurar acertar, pois parece que fiz algo de muito errado.’ Esse é capaz de ser o raciocínio do garoto que começa e se vê censurado. (2)



(
1) A partir do final da década de 60, a MPB adquiriu o status de indicador social de bom gosto. Com o advento da década de 70, começou a se institucionalizar. A classificação MPB engloba uma imensa diversidade de gêneros e estilos musicais. Ver: NAPOLITANO, Marco. História & Música, 2002, p. 69-75.
(2) Revista Veja, 26/10/76. Entrevista de Chico Buarque concedida à Antônio Chrysóstomo.

domingo, 5 de junho de 2011

E-MAILS DAS TURMAS

Caríssimos,

por favor, enviem os e-mails (grupos) das turmas de Informática 1 e Edificações 1. Tentei enviar os arquivos de power point, mas a mensagem voltou, o endereço anotado está ERRADO.

quarta-feira, 1 de junho de 2011

Fim do mundo

Em homenagem à turma de Química I.

Um agradecimento aos ótimos seminários das últimas semanas. Repassem minhas felicitações aos alienígenas, seres do futuro, cientistas e maias que gentilmente vieram nos dar seus testemunhos. Espero ansiosamente a visita de Nostradamus na segunda-feira.

"Fim do mundo, explicações... 2"
Disponível: http://www.umsabadoqualquer.com/

"Fim do mundo, explicações... 1"
Disponível: http://www.umsabadoqualquer.com/