segunda-feira, 31 de outubro de 2011

Hoje é o Dia D - Dia de Drummond

A Flor e a Náusea

Preso à minha classe e a algumas roupas,
vou de branco pela rua cinzenta.
Melancolias, mercadorias espreitam-me.
Devo seguir até o enjôo?
Posso, sem armas, revoltar-me?

Olhos sujos no relógio da torre:
não, o tempo não chegou de completa justiça.
O tempo é ainda de fezes, maus poemas, alucinações e espera.

O tempo pobre, o poeta pobre
fundem-se no mesmo impasse.

Em vão me tento explicar, os muros são surdos.
Sob a pele das palavras há cifras e códigos.
O sol consola os doentes e não os renova.
As coisas. Que tristes são as coisas, consideradas sem ênfase.
Uma flor nasceu na rua!

Vomitar esse tédio sobre a cidade.
Quarenta anos e nenhum problema
resolvido, sequer colocado.
Nenhuma carta escrita nem recebida.
Todos os homens voltam para casa.
Estão menos livres mas levam jornais
e soletram o mundo, sabendo que o perdem.

Crimes da terra, como perdoá-los?
Tomei parte em muitos, outros escondi.
Alguns achei belos, foram publicados.
Crimes suaves, que ajudam a viver.
Ração diária de erro, distribuída em casa.
Os ferozes padeiros do mal.
Os ferozes leiteiros do mal.

Pôr fogo em tudo, inclusive em mim.
Ao menino de 1918 chamavam anarquista.
Porém meu ódio é o melhor de mim.
Com ele me salvo
e dou a poucos uma esperança mínima.

Passem de longe, bondes, ônibus, rio de aço do tráfego.
Uma flor ainda desbotada
Ilude a polícia, rompe o asfalto.
Façam completo silêncio, paralisem os negócios
garanto que uma flor nasceu.

Sua cor não se percebe.
Suas pétalas não se abrem.
Seu nome não está nos livros.
É feia. Mas é realmente uma flor.

Sento-me no chão da capital do país às cinco horas da tarde
e lentamente passo a mão nessa forma insegura.
Do lado das montanhas, nuvens maciças avolumam-se.
Pequenos pontos brancos movem-se no mar, galinhas em pânico.
É feia. Mas é uma flor. Furou o asfalto, o tédio, o nojo e o ódio.



Carlos Drummond de Andrade

domingo, 30 de outubro de 2011

Em cartaz "Em busca do cálice sagrado"!



Desde a década de 70, o humor da trupe britânica Monty Phynton vem conquistando gerações. Não conhece? Então lá vai um pequeno aperitivo:



Bizarro e nonsense, mas sobretudo genial, "Em busca do cálice sagrado" é um clássico do gênero. E continua, mais de trinta anos depois, gerando acalorados debates e, por vezes, brigas entre casais, irmãos, amigos e colegas de trabalho. Afinal, cada um tem sua cena preferida, não é Giorgio Lacerda e Léo Gabriel? 

Portanto, com muito orgulho, nesta terça-feira (01/11), as 12hs, o CineCefet apresenta:


Monty Python
Em Busca do Cálice Sagrado




Inglaterra, 1975
Direção: Terry Gilliam
Duração: 95 min
Gênero: Comédia

Sinopse: A história se passa durante a Idade Média, na Inglaterra, onde o Rei Arthur parte numa jornada em busca de pessoal para formar o grupo conhecido como os Cavaleiros da Távola Redonda. Quando consegue formá-lo, recebe a missão divina de encontrarem o cálice sagrado, que está escondido em algum lugar do reino britânico. Considerado pela maioria o melhor filme do grupo de humor britânico e uma das melhores comédias de todos os tempos.
Classificação sugerida: 14 anos.

A épica luta entre o Rei Arthur e o Cavaleiro Negro.

Os cavaleiros que dizem "NI". Não me espantarei se na
quarta-feira todos vocês também começarem a falar "Ni".

sábado, 29 de outubro de 2011

Dia Nacional do Livro

Liniers. "Macanudo"

segunda-feira, 24 de outubro de 2011

Em cartaz "Luzes da Cidade"!



Em 1931, o cinema falado já dominava a sétima arte, porém Chaplin abriu mão dos diálogos, pois o seu Carlitos nunca precisou de palavras para comover o público. E assim, sem palavras, ele criou uma das histórias das lindas e emocionantes do cinema - "Luzes da Cidade".


Vale a pena se emocionar com seu nobre vagabundo!

Nesta quarta-feira (26/10), o CineCefet apresenta:

Luzes da Cidade
EUA, 1931
Direção: Chaplin 
Duração: 87 min
Gênero: Comédia
Sinopse: Um vagabundo (Charles Chaplin) impede um homem rico (Harry Myers), que está bêbado, de se matar. Grato, ele o convida até sua casa e se torna seu amigo. Só que ele esquece completamente o que aconteceu quando está sóbrio, o que faz com que o vagabundo seja tratado de forma bem diferente. Paralelamente, o vagabundo se interessa por uma florista cega (Virginia Cherrill), a quem tenta ajudar a pagar o aluguel atrasado e a restaurar a visão. Só que ela pensa que seu benfeitor é, na verdade, um milionário.

Classificação sugerida: 14 anos




sábado, 22 de outubro de 2011

Em cartaz "Noel - O poeta da vila"



"Não me incomodo que você me diga 
Que a sociedade é minha inimiga
Pois cantando neste mundo
Vivo escravo do meu samba, muito embora vagabundo
Quanto a você da aristocracia
Que tem dinheiro, mas não compra alegria
Há de viver eternamente sendo escrava dessa gente
Que cultiva hipocrisia"

(Noel Rosa. Filosofia) 


Nesta segunda-feira (24/10), as 12hs, no auditório do CEFET-MG, o CineCefet apresenta:

Noel - O Poeta da Vila


Brasil, 2006
Direção: Ricardo van Steen
Duração: 99 min
Gênero: Drama
Sinopse: Aos 17 anos Noel Rosa (Rafael Raposo) é um jovem engraçado, que possui um defeito no queixo e gosta de improvisar quadras debochadas para os amigos. Noel estuda medicina e toca numa banda regional, com outros garotos do bairro. Noel gosta da companhia de operários, negros favelados e prostitutas, com quem rapidamente faz amizade. Até que um dia conhece Ismael Silva (Flávio Bauraqui), compositor que o desafia a compôr um samba. Noel usa uma paródia ao Hino Nacional para compôr "Com Que Roupa?", que faz grande sucesso nas rádios de todo país. A partir de então ele se dedica de vez ao mundo do samba, mudando a história da música popular brasileira.

Classificação sugerida: 14 anos

Trailer oficial:

A música "Filosofia", de Noel Rosa, na voz de Paulinho da Viola:




quarta-feira, 19 de outubro de 2011

CineCefet




No dia 06 de outubro, foi realizado um pequeno rascunho de uma antiga ideia: tardes de cinema no campus Timóteo, do CEFET-MG. Nesta ocasião, foi exibido o documentário "Vinícius" (2005), de Miguel Faria Jr. Os alunos compareceram e estimularam a manutenção desta iniciativa. Essas sessões transformar-se-ão aos poucos em uma oportunidade para que os próprios alunos tornem-se os comentadores dos filmes ali veiculados, parte importante do BIC-Jr de História – “Holocausto: um passado presente”, ora desenvolvido no nosso campus. Além dos professores diretamente envolvidos no referido BIC-JR -  Profa. Isis Castro e Prof. Giorgio Lacerda, a iniciativa contará também com o auxílio do Prof. Leonardo Gabriel, todos da Coordenação da Formação Geral. 


O CineCefet está aberto a TODOS, seja como colaboradores ou espectadores. Ressalta-se apenas que o evento está restrito corpo de servidores e discentes do campus.


Confira a programação e acompanhe as notícias no Facebook.


CineCefet apresenta:


24/10 (2ª feira):

Noel - O Poeta da Vila

Brasil, 2006
Direção: Ricardo van Steen
Duração: 99 min
Gênero: Drama


26/10 (4ª feira): 


Luzes da Cidade
EUA, 1931

Direção: Charles Chaplin
Duração: 87 min
Gênero: Comédia



01/11 (3ª feira):

Persépolis

EUA e França, 2007
Direção: Vincent Paronnaud
Duração: 95 min
Gênero: Animação


08/11 (3ª feira): 


Monthy Python - Em Busca do Cálice Sagrado

Inglaterra, 1975
Direção: Terry Gilliam
Duração: 95 min
Gênero: Animação


16/11 (4ª feira):


Quanto vale ou é por quilo?
Brasil, 2005
Direção: Sérgio Bianchi
Duração: 108 min
Gênero: Drama


21/11 (2ª feira): 


Quase dois irmãos
Chile, França, Brasil, 2004

Direção: Lucia Murat
Duração: 95 min
Gênero: Drama


23/11 (4ª feira):

O Incrível Exército de Brancaleone

Itália e França, 1966
Direção:Mario Monicelli
Duração: 119min
Gênero: Comédia



29/11 (3ª feira): 

O Iluminado

EUA e Inglaterra, 1980
Direção: Stanley Kubrick
Duração: 119 min
Gênero: Terror


OBS: A programação está sujeita a alterações, que serão notificadas através deste blog ou de nosso grupo no Facebook.


Horário: 12hs - 13:45hs
Local: Auditório do Campus Timóteo

terça-feira, 18 de outubro de 2011

Eu amo ser professora com ou sem festa, mas com bolo é muito melhor!

No dia 27 de setembro, recebi uma linda demonstração de carinho dos meus queridos alunos da EDI 3: uma festa de aniversário surpresa! Tive direito a chapéu, bolo de chocolate e balas de coco. Demonstrações de afeto como esta e tantas outras que recebo no dia a dia, aquecem o meu coração.


O ofício de docente é difícil e extremamente desvalorizado em um mundo onde os resultados rápidos são recompensados. O esforço contínuo de formar muitas vezes é visto como uma espécie missão, quase religiosa, portanto passível de provações, tornando o professor uma espécie de mártir. Nesta perspectiva, o Estado ausenta-se de responsabilidade. Ser professor é uma escolha profissional e não uma missão, muito menos a consequência da ausência de escolhas. Eu tenho muito orgulho da profissão que escolhi.



Por isso, agradeço aos meus alunos de todas as turmas de ontem e de hoje, pelo carinho e respeito com que sempre trataram esta profissional. E espero continuar a retribuir com o mesmo respeito. Muito obrigada!



Com muito carinho,
Isis - PROFESSORA com muito orgulho.

Voltei!

Desculpe o abandono do blog por tanto tempo, esqueci a senha dele e do e-mail aqui cadastrado, mas na milésima tentativa acertei!


E não se preocupem anotei a senha no meu caderninho. Onde ele está mesmo?




OBS: Ainda bem que sempre deixo algumas postagens programadas! :)